Orlando Morando é derrotado em processo por tentativa de silenciar críticos de racismo institucional

Prefeito de São Bernardo é derrotado em ação judicial contra coordenadores da ONG Meninos e Meninas de Rua e da UNEafro, após denúncia de racismo institucional ser levada à ONU.

Redação

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), perdeu uma ação judicial movida contra Marcos Antonio da Silva, coordenador do Projeto Meninos e Meninas de Rua, e Fabíola Carvalho, coordenadora da UNEafro, que o denunciaram à ONU (Organização das Nações Unidas) por prática de racismo institucional. A decisão foi proferida pela juíza Daniela de Carvalho Duarte, da 2ª Vara Criminal de São Bernardo, que entendeu que as críticas feitas ao prefeito não configuram calúnia ou difamação, especialmente por ele ser um agente público sujeito a esse tipo de manifestação.

O processo foi aberto por Morando após os coordenadores criticarem publicamente a administração municipal por políticas que, segundo eles, prejudicam a população preta da cidade. As declarações foram feitas ao Diário do Grande ABC no contexto de uma denúncia formalizada à ONU, onde acusaram a gestão do prefeito de racismo institucional, destacando ações como o despejo do Projeto Meninos e Meninas de Rua e a supressão de atividades culturais voltadas para a comunidade negra.

A juíza ressaltou que, por ocupar um cargo público, Morando está sujeito a críticas e que as manifestações dos réus se deram em tom de indignação e crítica às políticas públicas direcionadas à população preta de São Bernardo, descaracterizando o dolo de ofender. A defesa de Morando argumentou que as palavras dos acusados mancharam a honra e a reputação do prefeito, mas o tribunal não acatou essas alegações.

Compartilhe essa notícia